22 de dez. de 2008

Lua Nova

Pra nutrir o desejo: beijo
Pra despir a distância: ânsia
Pra pensar em você: eu
(Por enquanto me divirto com o queijo)

27 de out. de 2008

Decanário

Não gosto de ter que esquecer
Por que não tecer?
Usar a linha do possível
Com agulhas permeando o sensível...
O olfato oprimindo a visão
Seu tato, meu paladar, audíveis... vão.
Que tal cheirarmos um mundo
Tecido por tudo o que é abstrato?
O preço desse vestido
Pode ser um novo fado.

23 de set. de 2008

CONJUGAECRIA

CRIAFORMABORDAPIA
CRIEIBEEEERROSAUTOESTIMA
CRIASTEUMURODEAGUAFRIA
CRIAREMOSONHOSNESSARIMA

17 de set. de 2008

Lado G

Não quero lado A, B ou C
Não sou contra o favor nem tenho porquê
Quero o acaso que me lace por cima
Ou um rebote que arremate essa rima

Porque entre santos e marmanjos
Existem os que fingem que manjam

Aí, é muito melhor
Mas muito melhor
Sacar do que defender

14 de set. de 2008

So'ou?

Seu vento leve soprou pra mim
Como uma brisa suspirante por mar

Marquei descalça
Sem alça
Sua balsa
Valsei

Sensação óbvia do acaso descasado
Do descaso sentido em calça
Saltei

Salto sem vara e sem colchão
Retalhos de dúvida
De uma pequena e breve imensidão

10 de set. de 2008

Pulsar

Quando meu coração bate,
É pelo mundo que se reparte.

Não quero medidas de despedidas
Mas a sorte da felicidade

Peço muito pelo pulso
Penso tanto que me canso

Sem rima certa, vôo fácil
Sem troça, nem bossa, nem caça

31 de ago. de 2008

Rádio

Faltam mesas, medidas, método
Falham os motes, métricas, mitos
Falo em motéis, micos, maus-tratos...

Amo os mesmos meninos metidos
Arroto aos módicos monges mordazes
Algemo as mudas maneiras maníacas

N A o d s O D S n a O
O D S n a N A o d s N

27 de ago. de 2008

Com Vinte

Quando o mundo se converte em sumo, eu fumo.
Quando o mundo se diverte em dentes, eu deito.
Quando o mundo se inverte em leito, eu luto.

24 de ago. de 2008

AH! SE EU PUDESSE....

Pular o limite da razão
Concretizar a louca lógica da pele
Carne, fogo, gozo, lábio
Corpo, arroubo, clímax

De novo o freio! MEDO< MEDO< MEDO
Destino cego, dor dividida, desejo re () saltado
Dúvida, dívida, calor
Menção honrosa de quem ousa ter caráter

Sem pensar no que seria
Salto as vírgulas sadias
Sempre em busca do presente
E só com as palavras silencio

11 de jul. de 2008

Amiga Lite

Pus na minha garganta
Meu último amigo
Seu cheiro é a única lembrança
A dor, meu tormento mais antigo
Se hoje não engulo, o quê! Como?
É porque sinto
Arder as amígdalas e o pulso ferver
Por um impulso de vida
Para o corpo talvez se movimentar...
Sei que não estou só
Tenho cientistas permeando meu corpo
e minha mente.
Só que o pus na garganta
Meu ator: Menta!

9 de jul. de 2008

BRANCO

Sustei um chique
Bloquearam meu sertão
Transferi um salto
Depositado na multidão
O prazo terminou
Investi tudo em criação

16 de jun. de 2008

deneFEsTrO

Poésis, iésis, sis
Pumbamninholizdohum
Cccccccccccccccccccc
Amofanhei, detestei os mis
Quero sóis , dós, ré
Somente um
Pra cuidar de mim

23 de abr. de 2008

Auto formato

Comecei paulinho
retratos, reflexos tensivos
Sincretizei capas
Matérias, cartas, caminhos
Hoje Van Gogh
Descobri carinho

21 de abr. de 2008

Delete

Primeiro ela não vivia sem
Sonhava tudo ao redor de si
Depois decidiu ir além
Conhecer o mundo e eu adormeci

Privacidade ela pediu
Fronteiras não quis romper
Um deleite frágil
Fez conhecer

Sonho léguas
Parto mágoas




Partiu

Devir

Queria ser a sutileza dos poetas,
a sabedoria dos mortos,
a nobreza da loucura.

Sou apenas isso: letras entre pontos.

Quintos

Tem filho da puta alto astral!
Fingindo que está com orgulho ferido,
Aumenta a dor de quem está sentido
E decreta feriado nacional.

Vai à merda, meu irmão!
Com essa cara de bonzinho
Você fere mais um ninho
E finge que é indecisão...

Caráter não se vende com palavras
Nem se assobia aos quatro cantos
A gente é o que a gente faz

Se um dia, Quincas, eu brigar pelas batatas,
Usarei meus mantos santos
E direi que luto pela paz.

CHOROSOFIA

Não consigo desatar esse nó na garganta.
Impressionante! O bosta do otorrino não pode tirar isso de mim não?
Vou ter que puxar esse barbante enorme, que provavelmente penetrou em meu intestino e embolou cada instante que tive de engolir o choro?
Pôrra, mas eu não quero remoer o que eu vivi, quero dar um passo à frente.
É foda ter que ensaiar o choro, com lenço, almofada na cara , forçar um pensamento merdinha e fazer papel de idiota
Chora, treme perninhas, soluça... soluça mais....Calma! entupiu o nariz.....Chora, porra!
E o choro é um desespero!
Parece que vem freado...
Tenho inveja é do choro fácil!
Aquele com vontade, na hora que dá de verdade...
Ai, ai!
Com essa idade tendo que aprender a fazer o que qualquer pirralho faz naturalmente assim que nasce.
O choro deve ser uma dessas coisas que a gente desaprende com a vida.
Chorosofando eu vou vivendo,
Mas a merda do nó.....